Setor produtivo quer mais divulgação de editais de pedágio no Paraná para aumento de concorrência

Setor produtivo quer mais divulgação de editais de pedágio no Paraná para aumento de concorrência

01 de novembro, 2023

Líderes empresariais e representantes do setor produtivo receberam com certo alívio, apesar de preocupação, a informação de que os lotes 3 e 6 do novo pedágio do Paraná (veja descrição abaixo) serão leiloados apenas nos meses de setembro e outubro de 2024, o que deve retardar a concessão das rodovias no estado.

O antigo pedágio no estado, no que ficou conhecido como Anel de Integração, chegou ao fim em novembro de 2021 e, desde então, as cancelas de cobrança seguem erguidas. O segmento industrial estima que, sem a cobrança por todo o território do Paraná, a economia foi de R$ 2,5 bilhões ao ano. Por outro lado, a degradação das rodovias e a falta de obras de infraestrutura são aspectos que têm preocupado.

Na semana passada, o Ministério dos Transportes afirmou que a expectativa do governo federal é que os projetos dos lotes 3 e 6 das Rodovias Integradas do Paraná sejam enviados ao Tribunal de Contas da União (TCU) até o fim do ano, mas que “cabe à corte de contas analisar a proposta e, se for o caso, propor aprimoramentos ou correções”.

Só depois da aprovação do TCU o edital de licitação é publicado e, assim, definida a data para o leilão na B3, a exemplo do que ocorreu nos lotes 1 e 2: o primeiro deles leiloado em 25 de agosto e o outro no dia 29 de setembro. O Ministério dos Transportes estima que esse processo seja concluído no primeiro semestre do próximo ano, para publicação do edital na sequência.

Para o industrial e presidente do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD) Rainer Zielasko, apesar de mais um longo período sem a administração de concessionárias em um trecho importante para o escoamento da produção no estado – o lote 6 envolve quase 350 quilômetros da BR-277, desde Candói, na região central, até Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná – haverá mais tempo para que o edital seja divulgado, com expectativa de ampla publicização, inclusive para consórcios internacionais, aumentando assim a concorrência e proporcionando redução nas tarifas.

Zielasko citou como exemplos os primeiros lotes leiloados para manifestar preocupação com a baixa adesão de concessionárias. “No lote 1 tivemos duas empresas apenas, a que venceu ofertando desconto de 18,25% e a que foi derrotada, que por sinal foi a única a apresentar proposta no lote 2 e ofereceu desconto de praticamente zero. Já iniciamos com tarifas, em média, 50% menores que as registradas no modelo antigo, o que é um grande avanço, além das obras que virão, mas precisamos de mais concorrência nos próximos lotes”, considerou.

O POD concentra, entre outros segmentos industriais, empresariais e de educação, cinco das dez maiores cooperativas do agro do Brasil e que precisam das rodovias para escoar a produção até o Porto de Paranaguá. Todas elas estão no oeste do Paraná, região que fica distante cerca de 700 quilômetros do porto. O trabalho a ser desenvolvido nos próximos meses será o de auxiliar no processo de ampla divulgação dos editais para as concessões, de forma a que, quando o edital for publicado, chegue a grupos econômicos que tenham interesse no modelo. “Vou falar do lote 6, que pega o oeste e é o segundo com maior volume de obras. Precisamos de concorrência para não corrermos o risco de não haver interesse das empresas ou ainda de termos descontos baixos”, completou.

Fonte: Gazeta do Povo Foto: Juliet Manfrin/Gazeta do Povo

Comente pelo Facebook

JORNAL Abr/2024
Top