GP - PIB do Brasil caiu 4,1% em 2020, diz IBGE

GP - PIB do Brasil caiu 4,1% em 2020, diz IBGE

03 de março, 2021

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 4,1% em 2020, sob os efeitos da pandemia de coronavírus. Foi o pior resultado anual desde 1990, ano do confisco da poupança, quando a economia encolheu 4,35%. O balanço das contas nacionais do ano passado foi divulgado nesta quarta-feira (3) pelo IBGE.

Apesar da forte recessão, o número veio melhor que o esperado ao longo de boa parte do ano passado. No pior momento, em julho, consultorias e bancos previam uma queda de 6,5%, segundo a mediana das projeções coletadas pelo Banco Central – e algumas estimativas apontavam para retração de mais de 10% no PIB. As previsões mais recentes eram de queda de 4,22%, segundo a mediana das estimativas divulgada na última segunda-feira (1.º) no boletim Focus, do BC.

Em valores correntes, o PIB fechou 2020 em R$ 7,4 trilhões. Na divisão pela população brasileira, esse valor correspondeu a um PIB de R$ 35.172 por habitante. Em termos reais, segundo o IBGE, a renda per capita encolheu 4,8% em relação a 2019.

O setor de serviços (que inclui o comércio, na contabilidade do IBGE) encolheu 4,5% e foi o principal responsável pelo resultado negativo, seguido pela indústria (-3,5%). Apenas a agropecuária cresceu em 2020, com alta de 2%, puxada por safras recordes de soja e café.

O resultado da indústria foi muito influenciado pela retração de 7% da construção. O subsetor da indústria de transformação encolheu 4,3%, afetado principalmente pela produção menor de veículos automotores, outros equipamentos de transporte, confecção e metalurgia. Por outro lado, as indústrias extrativas cresceram 1,3% no ano graças à maior produção de petróleo e gás, que, segundo o IBGE, compensou a queda na extração de minério de ferro.

No setor de serviços, por sua vez, os segmentos com maior peso para o resultado final foram "outras atividades de serviços", com queda de 12,1% no ano, "transporte, armazenagem e correio" (-9,2%), "administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social" (-4,7%) e comércio (-3,1%). Enquanto isso, atividades financeiras cresceram 4% no ano e as imobiliárias, 2,5%.

Consumo das famílias despencou. Investimento teve queda mais suave

Sob a ótica da despesa, o pior resultado foi o do consumo das famílias, que caiu 5,5% no ano, "principalmente pela piora no mercado de trabalho e o distanciamento social por causa da pandemia de Covid-19", segundo o IBGE.

A despesa de consumo do governo diminuiu 4,7%. E o investimento produtivo – medido pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) – recuou 0,8%. Como esse recuo foi bem mais suave que o da economia como um todo, a chamada taxa de investimento acabou crescendo: fechou o ano em 16,4% do PIB, acima do índice de 15,4% registrado em 2019.

Fonte: Gazeta do Povo Foto: Divulgação

 

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