Encontro Paranaense do Transporte discute gargalos dos setores Rodoviário, Ferroviário e Portuário

Encontro Paranaense do Transporte discute gargalos dos setores Rodoviário, Ferroviário e Portuário

11 de abril, 2025


A Infraestrutura Logística do Estado do Paraná foi amplamente debatida na tarde da última quinta-feira (10), em Curitiba, durante a segunda edição do ‘Encontro Paranaense do Transporte’, promovido pelo Sistema Fetranspar, alusivo aos 32 anos da Federação. O evento reuniu representantes dos Governos Federal e Estadual, lideranças do G7 Paraná, grupo que congrega sete grandes entidades do setor produtivo paranaense (Fecomércio, Faciap, FAEP, FIEP, Fetranspar, Ocepar e ACP), e gestores de autarquias ligadas à logística rodoviária, portos e ferrovias.

Durante o encontro, que contou com a presença de aproximadamente 200 pessoas, ficou claro que o tema escolhido precisa ser discutido amplamente para evitar que oportunidades sejam desperdiçadas ou que decisões mal fundamentadas tragam prejuízos para as próximas décadas no Paraná. "Foi um debate de reflexão, onde a iniciativa privada, que utiliza esses modais diariamente, teve a oportunidade de expor sua visão sobre o momento vivido pelo Paraná na área logística, enquanto os entes públicos apresentaram as alternativas que estão sendo estudadas", destaca o presidente do Sistema Fetranspar, Coronel Sérgio Malucelli, que também coordena o G7 Paraná.

 

 

De acordo com dados do Sistema Nacional de Viação, disponibilizados pelo DNIT, o sistema rodoviário paranaense é composto por 117.706,2 km de estradas, incluindo as federais, estaduais e municipais, considerando as pavimentadas e não pavimentadas. A rede é composta por 19.663 km (16,7%) de rodovias pavimentadas, sendo cerca de 1.300 km em pista dupla. As estradas não pavimentadas apresentam um total de 98.043 km (83,3%). São 3.907 km de rodovias federais pavimentadas no Estado, sendo aproximadamente 900 km em pista dupla.

"Tudo o que viveremos no futuro em relação à logística paranaense será impactado pelas decisões tomadas no presente como, por exemplo, os avanços do novo programa de concessões  rodoviárias, com investimentos bilionários previstos para os próximos sete anos ", comenta Malucelli. Além disso, ele destacou a importância das discussões sobre o edital para as ferrovias e a necessidade urgente de expandir a capacidade dos portos do Paraná com novos terminais e tecnologias mais eficientes, para evitar a perda de espaço para os estados vizinhos.

Hoje, a atual infraestrutura marítima dos Portos do Paraná, no segmento de contêineres, permite operações dos navios da classe “C” e navios da classe “E”, neste caso com limitações de profundidade, restrição que muitas vezes provoca o cancelamento da escala. O aprofundamento dos canais de navegação possibilitará o pleno atendimento dos navios da classe “E”, evitando o cancelamento da rota, atrasos nas escalas, filas de espera para atracação e omissão de escalas.

Já o sistema ferroviário paranaense é composto por 2.348,6 km de malha ferroviária em bitola métrica. Desse total, 2.039 km são operados pela Rumo Logística, e os restantes 248,6 km pela Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste).

É inegável e inadiável a necessidade de investimentos que ampliem a capacidade de transporte de cargas por ferrovias e facilite os acessos terrestres aos portos para atender aos mercados de cabotagem e além do mar, e transpor as grandes distâncias do mercado interno.

 


Investimentos

Os grandes investimentos para expansão da oferta de transporte por ferrovias demandam construção de novos ramais, mas principalmente a requalificação e o repotenciamento dos trechos existentes, material rodante, que na atualidade ocorrem por meio da iniciativa privada.

O transporte ferroviário paranaense atravessa um momento importante. Até o final de 2025, a alienação da Estrada de Ferro do Estado do Paraná – Ferroeste está prevista. Em âmbito federal, o contrato de concessão da Malha Sul está em análise, com a possibilidade de renovação ou realização de um novo leilão para a escolha de um novo operador.

Este documento visa apresentar a infraestrutura ferroviária existente no Paraná, fornecendo subsídios técnicos e destacando as principais necessidades. O objetivo é auxiliar a sociedade civil organizada na busca por soluções para o aperfeiçoamento do modal, tanto em âmbito estadual quanto federal. A meta é alcançar ganhos de capacidade, reduzir custos e fortalecer a participação das ferrovias na matriz de transportes do Estado.

Para o Sistema Fetranspar, que representa mais de 20 mil empresas transportadoras no Paraná, a expansão do setor está diretamente ligada a uma logística estadual pensada de forma integrada. "Temos grandes oportunidades na ampliação da malha rodoviária, nas questões da Ferroeste e da Malha Sul, que deve ir a leilão, e na entrada de novos terminais portuários", explica Malucelli. Contudo, ele alerta: "se não estivermos alinhados para acompanhar os investimentos feitos pelas concessões, debater as prioridades no edital ferroviário e olhar para a capacidade do Porto, que já está no seu limite, corremos o risco de estagnar a economia estadual e perder a chance de crescer nas próximas décadas".

 


Autoridades presentes

Estiveram presentes o governador em exercício do Paraná, Darci Piana (foto abaixo); o Senador Sérgio Moro; o diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Felipe Queiroz; e Vinícius Ladeira, representando o Sistema Transporte, além de profissionais diversos órgãos estaduais e lideranças de entidades representativas e empresas de transportes. 

 

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