Quem define os preços da Petrobras e o que o governo pode ou não fazer

Quem define os preços da Petrobras e o que o governo pode ou não fazer

13 de junho, 2022

O presidente Jair Bolsonaro (PL) elevou a pressão sobre a Petrobras em razão da alta nos preços dos combustíveis, puxada principalmente pela cotação do petróleo no mercado internacional. Em menos de um mês, ele trocou o ministro de Minas e Energia e anunciou a terceira substituição no comando da empresa depois de se irritar com um reajuste no valor do óleo diesel praticado pela estatal.

A insatisfação do presidente está diretamente relacionada à política de preços que a Petrobras adota e que é conhecida pela sigla PPI (preço de paridade de importação), que faz com que a empresa alinhe o valor dos derivados que saem de suas refinarias à cotação internacional do petróleo e a custos de logística que importadores precisam bancar.

“Tem uma legislação errada feita lá atrás que você tem uma paridade com o preço internacional. Ou seja, o petróleo – o que é tirado do petróleo – leva-se em conta o preço fora do Brasil. Isso não pode continuar acontecendo”, disse Bolsonaro, em março, em entrevista à Rádio Folha de Roraima. “Estamos vendo isso aí, sem ter nenhum sobressalto no mercado.”

O objetivo da estratégia, adotada desde 2016, é manter o mercado atrativo para que refinarias privadas e importadores possam suprir a demanda do país, uma vez que, sozinha, a companhia não é capaz de fornecer todo o combustível que os brasileiros consomem.

Sem mudar o PPI, o que a diretoria da empresa pode fazer é alterar a frequência com a qual repassa as oscilações de preço do mercado internacional. Em 2018, a Petrobras fez 177 reajustes nos preços praticados nas refinarias. Em 2021, já sob a pressão de Bolsonaro, foram apenas 16 mudanças nos valores do diesel e 12, nos da gasolina. Neste ano, até momento, a estatal reajustou a gasolina duas vezes, e o diesel, três.

Fonte: Gazeta do Povo Foto: Divulgação

 

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