Conet discute as mudanças e os desafios do transporte no último semestre

Conet discute as mudanças e os desafios do transporte no último semestre

05 de agosto, 2022

Nesta quinta-feira (4), foi realizado o primeiro dia da segunda edição CONET&Intersindical 2022, no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo. O evento contou com a presença de grandes empresários e personagens importantes do transporte rodoviário de cargas, para abordar as perspectivas do segmento e refletir sobre o cenário dos custos com combustíveis nos próximos meses.

Na cerimônia de abertura, após a apresentação do Hino Nacional, o presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio, agradeceu pela presença de todos os participantes e ressaltou: “É uma grande alegria e agradecemos a Deus por, após dois anos e meio, retornarmos ao evento presencialmente”.

Antes de adentrar aos temas programados, Pelucio aproveitou para destacar alguns pontos que ainda demandam das entidades de classe: “A implementação do Documento de Transporte Eletrônico (DT-e), o Tanque Suplementar e o problema do Seguro Obrigatório do TRC estão presentes em nossa organização. Também estamos iniciando este mês com diversas demandas no modo ‘participação social’, junto à ANTT, para Vale Pedágio Obrigatório, o Transporte Internacional de Cargas – TRIC – e a implementação do novo RNTRC”.

“São diversos temas que as nossas entidades, sob o ‘guarda-chuva’ da nossa entidade maior, a CNT, temos de nos manter unidas para sugerir, sempre que possível, sugestões de melhoria para o setor”, finaliza o presidente.

Em sequência, Eduardo Rebuzzi, presidente da sessão de cargas da Confederação Nacional do Transporte (CNT), representando o presidente Vander Costa, seguiu: “Agradeço por estar presente neste tradicional evento da NTC, realizado duas vezes por ano, com todos que atuam no segmento, defendendo o que é de direito e fazendo com que as atividades do transporte se desenvolvam. Aproveito para parabenizar todas as mulheres pelo trabalho que estão realizando para ampliar o setor.”

Após, Carlos Panzan, presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo (FETCESP), entidade anfitriã, evidenciou a questão da capacitação de profissionais para o segmento:

“O SEST SENAT vem trabalhando muito para isso e nós, das entidades, temos que valorizar como ele é importante para a qualificação profissional. Contudo, acredito que devemos trabalhar muito mais nas nossas entidades e nas nossas empresas para reverter essa escassez e incluir a participação de mulheres na condução de veículos”.

Panzan conclui: “Nós firmamos um acordo aqui no Estado de São Paulo, com o apoio da NTC, da CNT e do Governo, em que o SEST SENAT de São Paulo está treinando 14 mil pessoas que estão fora do mercado de trabalho. É muito importante para o nosso setor”.

O deputado federal, Jerônimo Goergen, apontou a precisão em debater sobre o que o setor de transporte precisa para os próximos anos. “Muitos se dizem defensores do transporte, mas há poucos que realmente estão atentos ao TRC”.

Alfredo Martinelli, superintendente executivo substituto da Polícia Rodoviária Federal, afirmou a relevância do CONET: “Evento significativo para a economia nacional e para o setor de transporte no Brasil. Satisfação enorme em estar presente. Contem sempre com a Polícia Rodoviária Federal, nós estamos a favor do País e trabalhando em prol do cidadão, do empresário e do poder público nacional”.

O Secretário Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Felipe Queiroz, abordou a aprovação do Senado sob a Medida Provisória (MP 1112/2022), que destina recursos para renovar a frota brasileira de ônibus e caminhões. “Precisamos investir em infraestrutura, pois isso agrega em curto prazo e movimenta cerca de 60% da economia”.

Palestras

Iniciando as palestras, Camilo Adas, Presidente do Conselho da SAE Brasil, retratou como as mudanças climáticas estão atingindo níveis preocupantes no mundo, e quais métodos estão sendo desenvolvidos para mudar a descarbonização da mobilidade no país por meio da substituição dos veículos convencionais para elétricos.

“No Brasil, em média, 16,2% das emissões de CO² vêm do setor de transporte. Precisamos pensar no que iremos fazer para isso mudar no futuro, uma vez que a matriz intermodal brasileira tem forte influência diretamente no setor rodoviário. A estratégia para diminuição das emissões são os avanços dos veículos elétricos, biocombustíveis ou combustíveis renováveis”, diz Adas.

Logo após, Thiago Angelis, economista do Banco Bradesco, analisou detalhadamente sobre o panorama da economia brasileira e internacional. “A economia global enfrenta diversos desafios, com a inflação elevada desde 2020. Quando a inflação está elevada, os bancos centrais aumentam as taxas de juros, e isso está acontecendo devido às altas tensões do conflito no leste europeu, porém as perspectivas para 2023 são de desinflação na economia, com o Banco Central reduzindo os juros.

Thiago complementa: “Entretanto, já estamos observando desde o primeiro semestre uma economia brasileira bastante resiliente, com um cenário que se beneficiou muito com a reabertura plena da economia, e notamos que o setor de serviços teve uma recuperação forte, bem maior que as perspectivas feitas lá atrás pelos economistas”.

Por fim das palestras, o Assessor Técnico da NTC&Logística, Lauro Valdivia, explicou sobre os custos do transporte rodoviário de cargas, por meio do índice de variação do Índice Nacional de Custos dos Transportes INCT, que mede a inflação do setor.

“Nos últimos 18 meses, a variação dos principais insumos aumentou. Os veículos subiram, em média, 42%, o custo de mão de obra 12,5% e o combustível dobrou em relação ao ano anterior, chegando a 104%. Mas isso também depende de como esses veículos operam, é muito difícil afirmarmos um número que representa o setor como um todo. Quando analisamos os veículos pesados, como o rodoviário, que consome muito, o predomínio do custo é o combustível”.

Lauro termina: “É importante observar que estes valores do INCT se referem apenas à inflação dos últimos 12 meses, não reflete a defasagem do frete que não só persiste, mas é reflexo do aumento fora do normal dos insumos pós-pandemia”.

Finalizando o primeiro dia da segunda edição do CONET&Intersindical 2022, Gildete Menezes, secretária do CONET e assessora jurídica da NTC&Logística, apresentou aos convidados o Comunicado CONET.

Fonte: NTC&Logística Foto: Divulgação

 

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