Como a poluição causa a morte de mais de 1,7 milhão de crianças todos os anos

Como a poluição causa a morte de mais de 1,7 milhão de crianças todos os anos

09 de março, 2017

Como a poluição causa a morte de mais de 1,7 milhão de crianças todos os anos

O primeiro relatório, "Herdando um mundo sustentável: Atlas sobre a saúde das crianças e o meio ambiente", revela que boa parte das doenças mais comuns que matam crianças nessa faixa de idade - infecções respiratórias, malária e diarreia - pode ser prevenida com ações para reduzir os riscos ambientais, como acesso à água potável e ao saneamento básico.

O uso de combustíveis sólidos para cozinhar, como carvão ou até mesmo estrume, utilizado em áreas pobres, poluem o ar da casa e provocam doenças respiratórias, diz a organização com sede em Genebra, na Suíça.

No Brasil, as mortes de crianças com menos de 5 anos de idade caíram de 4,8% em 2005 para 3% do total de óbitos no país em 2015, segundo a pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2015, divulgada pelo IBGE em novembro passado.

Um dos elementos para o declínio da mortalidade infantil no país, de acordo com o IBGE, é o aumento do número de domicílios com saneamento básico adequado (esgoto, água potável e coleta de lixo).

De acordo com a OMS, 41 crianças nessa faixa etária morrem por problemas relacionados à poluição a cada 100 mil habitantes no Brasil.

Brasil

O estudo da OMS indica que o Brasil registra a taxa de 16,4 mortes de crianças com menos de cinco anos para cada mil nascimentos, acima do índice de países como Austrália (3,8 mortes), Argentina (12,5) ou China (10,7), mas taxa bem abaixo da registrada em países da África e outras regiões pobres do mundo.

Áreas urbanas no Brasil possuem, segundo dados do estudo, um dos mais baixos índices de concentração de partículas finas entre os cerca de 190 países listados no documento.

Quase a totalidade da população brasileira tem acesso a esgoto sanitário, água potável e combustível limpo para as tarefas da casa, de acordo com o relatório.

O exemplo de Curitiba

A capital do Paraná teve destaque no estudo da OMS como um exemplo a ser seguido. A "ecológica Curitiba", como é chamada no texto, investiu "pesado" em modos mais limpos de transporte, em planejamento urbano integrado e na reciclagem do lixo.

"Apesar da população de Curitiba ter quintuplicado nos últimos 50 anos, a qualidade do ar em Curitiba é melhor do que em muitas outras cidades com crescimento rápido", diz a OMS, acrescentando que os índices de poluição do ar na cidade brasileira são muitos próximos aos níveis indicados pela organização.

 

Fonte: Daniela Fernandes, De Paris, para a BBC Brasil

 

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