CNT - Transporte saiu da recessão, mas recuperação ainda é lenta
23 de maio, 2018
Em 2017, enquanto o PIB nacional cresceu 1%, no setor de transporte o crescimento do Produto Interno Bruto ficou em 0,9% na comparação com 2016.
A crise econômica iniciada em 2014 foi uma das mais longas e severas da história do Brasil, com problemas econômicos e fiscais que afetaram todos os segmentos da economia. Em 2016, o transporte foi o que mais sofreu, registrando queda de 6,8%.
Em 2017, o setor transportador registrou crescimento de 2,3% no volume de serviços e de 8,7% na receita nominal. Embora esses sejam números positivos, tal crescimento não foi suficiente para recuperar as grandes perdas do período de recessão.
“A crise está sendo superada, mas a extensão e a profundidade da recessão tornam a recuperação do setor transportador mais lenta e difícil”, afirma o presidente da Confederação Nacional do Transporte, Clésio Andrade, ao analisar os dados do estudo Transporte em Números divulgado hoje pela CNT.
De acordo com Clésio Andrade, a recuperação do setor transportador e da economia em geral depende de fortes investimentos em infraestrutura. “O Brasil precisa de mais e melhores rodovias, portos, aeroportos e hidrovias para escoar a produção, aumentar a produtividade das empresas e gerar empregos”.
O estudo Transporte em Números mostra que os investimentos públicos federais em infraestrutura de transporte vêm caindo ano a ano. Entre 2012 e 2016, caíram de 0,25% para 0,18% do PIB. Em 2017, os índices de investimento pioraram ainda mais. Os desembolsos foram de apenas R$ 10,40 bilhões, representando apenas 0,16% do Produto Interno Bruto do país.
O Plano CNT de Transporte e Logística estima que é necessário cerca de R$ 1 trilhão para a solução dos problemas da infraestrutura no Brasil. Considerando o montante estimado para o investimento público federal em 2017, seriam necessários cerca de 100 anos para a realização de todas as intervenções identificadas pela CNT.
“Os dados do orçamento público deixam claro que o Estado não tem condição de realizar sozinho os investimentos necessários em infraestrutura. Cada vez mais, será preciso contar com a participação da iniciativa privada”, completou o presidente da CNT, Clésio Andrade.
Transporte terrestre
O transporte terrestre, que reúne os modais rodoviário e ferroviário, em 2017, apresentou redução das perdas acumuladas em 2015 (-10,4%) e 2016 (-10,4%). No ano passado, o volume de serviços cresceu 0,9%, e a receita nominal aumentou 7,5%.
Transporte rodoviário
Depois de sucessivas quedas entre 2014 e 2016, o fluxo de veículos nas rodovias concessionadas subiu 1,9% em 2017, retratando um crescimento de 2,2% no fluxo de veículos leves e de 1,1% no tráfego de veículos pesados.
Desde 2013, essa foi a primeira vez em que houve crescimento no fluxo de caminhões, refletindo uma pequena recuperação do setor rodoviário de cargas, principal meio de transporte de mercadorias no Brasil.
Insegurança - Em decorrência da grave crise econômica e do aumento de registros de roubos de cargas, no Rio de Janeiro, a recuperação do fluxo do transporte rodoviário, em 2017, está mais lenta e se mantém em índices negativos.
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