Paraná vive ‘surto’ de roubo de cargas de óleo vegetal

Paraná vive ‘surto’ de roubo de cargas de óleo vegetal

06 de outubro, 2021

O Paraná vive um surto de roubo de cargas de óleo vegetal nas rodovias. Segundo a Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), o número de roubos desse tipo de carga disparou em 2020 e vem sendo registrado um aumento neste ano, com base em informações repassadas pelas transportadoras. Os números oficiais de 2021 ainda não foram repassados à entidade.

De acordo com a Fetranspar, com base em dados repassados pela Secretaria de Estado da Segurança Pública, no ano passado foram registradas 237 ocorrências de roubos de cargas de alimentos no estado – o produto já é mais visado que equipamentos de telecomunicação (153 casos em 2020) e de cargas de cigarros (102). As cidades com mais casos em 2020 foram Curitiba (155), São José dos Pinhais (51) e Colombo (24);

Neste ano, os locais com os maiores números de roubos desse tipo de carga, de acordo com o presidente da Fetranspar, Sérgio Malucelli, são a BR-277, entre Paranaguá e Curitiba, e a região de Guarapuava. A carga geralmente segue de produtores dos estados do Paraná, do Mato Grosso do Sul, de São Paulo e do Rio Grande do Sul para o Porto de Paranaguá, onde é exportada. A Fetranspar avalia que a carga é repassada para comerciantes que vendem o produto de forma clandestina, sem pagar os impostos devidos.

“São dois locais em que o número de roubos aumentou. Nas outras regiões os números se mantêm estáveis”, disse Sérgio Malucelli. “Muitas quadrilhas de São Paulo migram para o Paraná quando a segurança pública aperta por lá.

'Precisamos planejar ações para evitar esse tipo de roubo'

A forma de atuação das quadrilhas é parecida, de acordo com Malucelli. “Violência sempre há, eles retêm o motorista e roubam a carga. Depois o motorista é deixado em algum local”, afirmou o presidente da Fetranspar. Segundo ele, o número de roubos de produtos eletrônicos nas rodovias diminuiu porque as transportadoras optaram por contratar escolas armadas. “Esse tipo de transporte geralmente tem rastreamento conta com escolta de segurança privada. Hoje, entre 10% e 11% dos custos das empresas de transporte são com a prevenção, o rastreamento e o gerenciamento de risco”.

A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil do Paraná para checar se há algum levantamento do número de casos de roubo de óleo vegetal registrados neste ano, ou se há alguma operação especial para combater esse tipo de crime, mas não houve resposta até o fechamento desta reportagem.

“Precisamos que a Secretaria da Segurança Pública nos passe ou torne públicos esses dados e desvios de cargas. Hoje, temos os dados das corretoras de seguros, que nem sempre retratam a realidade”, disse Sérgio Malucelli.

Em março deste ano, uma ação conjunta das Polícias Militares do Paraná e de São Paulo resultou na prisão de uma quadrilha na região de Presidente Prudente, no oeste de São Paulo. A PM do Paraná monitorava um grupo na PR-317, perto do município de Santo Inácio, no norte do estado. A quadrilha percebeu que estava sendo monitorada e tentou fugir para o estado vizinho. A carga foi recuperada e o motorista foi libertado.

Em julho, a Polícia Militar localizou na PR-151, em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, um caminhão carregado com óleo vegetal que havia sido tomado de assalto na noite anterior. O motorista do caminhão foi mantido refém em um matagal. No caso mais recente, em agosto deste ano, a Polícia Civil recuperou uma carga de óleo vegetal em um barracão na Cidade Industrial de Curitiba. De acordo com os policiais, no local havia equipamentos para descarregar a carga.

Fonte: Bem Paraná Foto: Divulgação

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