FETRANSPAR vê como inoportuno aumento de pedágio devido a pandemia

FETRANSPAR vê como inoportuno aumento de pedágio devido a pandemia

14 de abril, 2021

O setor de transporte de Cargas do Estado do Paraná, que representa mais de 20 mil empresas e emprega junto mais de 200 mil pessoas, vê como inoportuna a proposta da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) de aumentar tarifas de pedágio de rodovias federais para recompor as receitas das concessionárias afetadas pela pandemia da Covid-19. A agência afirma que vai abrir uma audiência pública por 30 a 45 dias para debater o tema.

“É um absurdo discutir um assunto desta natureza em momento pandêmico, impar no país e no mundo. Pergunto: será que somente as concessionárias tiveram prejuízos? O setor de transporte de cargas rodoviário, vem amargando inúmeros perdas desde o início da pandemia além de enfrentar aumentos consecutivos no diesel e, em uma eventual autorização de reajutes, ainda terá que pagar pelos eventuais prejuízos que as concessionárias de pedágio possam ter tido nos últimos meses. É algo descabível para discussão”, critica o presidente da Federação das Empresas de Transporte de cargas do Estado do Paraná – FETRANSPAR, Coronel Sérgio Malucelli.    

Em um primeiro momento, a decisão da ANTT não impactaria nas tarifas cobradas nos 2.500 quilômetros de rodovias do Anel de Integração do Paraná. Mas uma medida destas abriria precedente para que essas concessionárias busquem o aumento dos preços por vias administrativas e até jurídicas. “Temos que pensar também que nossos motoristas circulam por estradas de todo o país, e o peso de um eventual aumento de tarifas em qualquer via brasileira vai impactar negativamente nos custos das empresas e o setor como um todo”, destaca Malucelli.

Não há espaço para aumento de tarifas

A FETRANSPAR manifesta preocupação com a discussão aberta pela ANTT, uma vez que o setor de transporte de cargas também vem sofrendo as consequências da pandemia, assim como todos os outros setores da Economia.

“É hora das concessionárias que administram estradas, também assumirem o papel de empresas, não entendendo o negócio somente como mera exploração de rodovias, mas sim como um sistema que faz parte da economia. E para que elas possam ter seus negócios saudáveis, é necessário que outros setores também estejam saudáveis”, analisa o presidente da FETRANSPAR.

Na visão do representante do setor de transportes de cargas do Paraná, as com concessionárias devem buscar outras formas para ajustar suas eventuais perdas. “O Governo Federal já divulgou pacotes de auxílio para o setor privado. É dessas decisões que as empresas devem buscar apoio e não repassar seus prejuízos aos usuários, até porque não se trata de algo pontual em suas estradas. Vivemos uma pandemia. Todos, empresas e cidadão estão sendo impactados por este vírus. Entendemos que assim como todos os empresários, os donos de pedágio também estão angustiados. Mas é hora de usar do bom senso, e a ANTT também deveria ir pela mesma linha de repensar pedidos desta natureza”, finaliza Malucelli.

 

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