Reforma tributária pode ter duas versões de impostos agregados em vez de apenas uma, diz deputado

Reforma tributária pode ter duas versões de impostos agregados em vez de apenas uma, diz deputado

26 de maio, 2023

O deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), que coordena o grupo de trabalho da reforma tributária na Câmara dos Deputados, disse nesta quinta (25) que a primeira fase de implantação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) pode ter dois tributos em vez de apenas um.

De acordo com ele, ainda há “desconfianças” entre o que o governo pretende, o que o Legislativo pode oferecer e o que os estados e municípios estão dispostos a ceder. O objetivo inicial da reforma é unir cinco tributos cobrados em diferentes esferas de governo: IPI, PIS e Cofins federais, ICMS estadual e ISS municipal.

“Talvez ele [IBS, Imposto sobre Bens e Serviços] tenha que ser dual porque você tem que fazer uma transição para romper as desconfianças federativas. Para, no futuro, a gente chegar à conclusão de que o melhor seria um único IVA [Imposto sobre Valor Agregado], superadas as desconfianças entre nós”, disse a empresários em um evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em registro da Agência Câmara.

Lopes afirmou que o novo imposto resultante da reforma pode ser dual com três alíquotas: além da alíquota de referência, que o governo tem falado em 25%; pode ser fixada uma alíquota de “equilíbrio” para setores como saúde e educação, e uma alíquota zero. Lopes chegou a citar 15% como alíquota de equilíbrio.
Já o secretário Bernard Appy, do Ministério da Fazenda, disse que os “grandes municípios estão querendo manter o ISS separado do ICMS”, e que “nenhum país relevante faz essa separação”. “Estamos mais de 50 anos atrasados neste debate. E é impossível, na nova economia, separar mercadoria de serviço. Problema que já existe hoje e vai ficar pior ao longo do tempo”, completou.

“É preciso que, no texto da reforma, estejam contemplados mecanismos eficazes que reduzam essa desconfiança. E certamente não será a implantação de um cashback que levará a isso. Só vai aumentar a desconfiança”, emendou Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp.

O secretário Bernard Appy disse que o ministro Fernando Haddad quer entrar pessoalmente na discussão da reforma nos próximos dias, para levar o tema ao Plenário da Câmara dos Deputados ainda no mês de junho.

Fonte – Jornal Gazeta do Povo 
Foto: Vinícius Loures/Câmara dos Deputados

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Tags: #reformatributária

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