Artigo - O protagonismo dos invisíveis
17 de janeiro, 2025
Nos anos 1960, durante o governo de JK, o Brasil decidiu adotar o rodoviarismo. Investimentos em outros modais, como o hidroviário e o ferroviário, foram para as gavetas, e as rodovias cortaram o território em todas as direções. Uma gigantesca cadeia automotiva se desenvolveu no país. Certo ou errado? Como nada é absoluto e olhando pelo lado positivo, o rodoviarismo se constituiu até como uma rota de ascensão social.
Milhares de pessoas saíram dos cabos das enxadas para as boleias de caminhões, e nelas se realizaram. Associe-se O Sistema FETRANSPAR conta com dez sindicatos associados. Estruturas que representam todas as regiões do Estado do Paraná, com diversos serviços específicos para empresas. Associe-se e utilize todos os nossos benefícios.
Procure o sindicato mais próximo a sua empresa. SINDIPONTA - Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Ponta Grossa - Tel: (42) 3223.2612 - E-mail: [email protected] Porém, se há algo a condenar neste modelo, é a sua dependência absoluta de um só tipo de combustível: o petróleo.
A ele pode-se atribuir tanto a concentração econômica global devido à indexação do petróleo ao dólar e aos padrões de qualidade pré-estabelecidos por ele, quanto à globalização dos efeitos da queima desse pe tróleo, com as comprovadas emissões de gases de efeito estufa, provocando reações da natureza. Reações essas das mais violentas já vistas, com secas e inundações severas ao redor do mundo.
A humanidade começa a reagir com uma tran sição para combustíveis menos emissores de gases. Alguns modais vêm ganhando expressão no mercado, entre eles os biocombustíveis. O etanol, o biodiesel e, principalmente, o biometano ganham destaque nas economias mundiais. A independência econômica, com adequação ambiental, condições que precisam ser conquistadas com os combustíveis do futuro, exige escolhas.
Para isso, é preciso passar a considerar as relações desses combustíveis com as economias às quais servirão. Diante disso, levando em conta as características econômicas do Paraná, por exemplo, que tem na produção de proteína animal um de seus maiores negócios, e ainda sendo este segmento uma fonte
esgotável de biogás derivado dos seus resídu os, o estado apresenta condições amplas para a adoção de um circuito econômico completo para a produção e uso do biometano. Isso é demonstrado pela representação do Sistema FETRANSPAR e do SINTRATOL – Sin dicato dos Transportadores de Toledo, onde uma das empresas sindicalizadas, a Transportadora Tressi, presidida por Allan Tressi, acaba de realizar a conversão do seu primeiro veículo para biometano/diesel.
Eles atestam que, de 70 caminhões sindicalizados, 200 km são percorri dos por dia em micro-rotas recorrentes de distri buição de ração, o que equivale a 8 mil viagens anuais de Toledo a Paranaguá. São Microcor redores que podem se tornar sustentáveis com biometano. Poucos percebem isso.
O biometano é um combustível de produção local, para uso local, com 90% menos emissões do que o diesel. E vão além. Apresentam-se como compradores de biometano, desejando ser protagonistas de arranjos produtivos locais para realizar a tão sonhada transição dos combustíveis. “Estamos comprometidos a usar biometano, como demonstração do cuidado com a nossa Casa Comum”, comentava um frotista outro dia, numa parada qualquer à beira da estrada.
Por Cícero Bley Jr. Mentor – Informativo Fetranspar – Janeiro 2025