Setor produtivo alerta para caos à vista com estado crítico das rodovias no Paraná

Setor produtivo alerta para caos à vista com estado crítico das rodovias no Paraná

13 de dezembro, 2023

Apenas 12,5% das estradas no estado do Paraná estão em ótimas condições de trafegabilidade, considerando o estado geral das vias. O panorama consta na Pesquisa Confederação Nacional dos Transportes (CNT) de Rodovias, divulgada no fim de novembro.

A CNT analisou 6.386 quilômetros de estradas, entre rodovias estaduais e federais, e concluiu que, no Paraná, apenas 796 quilômetros estão em ótimas condições (12,5%). Outros 1.808 quilômetros foram avaliados como em boas condições (28,3%); 2.679 quilômetros classificados como em condições regulares (41,9%), 936 quilômetros em condições ruins (14,7%) e 164 quilômetros em péssimas condições (2,6%).

Os trechos considerados ótimos incluem um pequeno percurso da BR-467, no perímetro urbano de Cascavel (oeste do estado); um trecho da PR-317 próximo a Campo Mourão, sentido Maringá (região noroeste); o contorno norte da BR-376 em Maringá; um percurso da BR-376 no sentido Origueira, chegando em Ponta Grossa (Campos Gerais); pequenos trechos da BR-277 entre Campo Largo e Curitiba; um trecho da BR-376 em Fazenda Rio Grande, na divisa com Santa Catarina. e o percurso da BR-116 de Curitiba a São Paulo.

Entre as estradas em péssimas condições, segundo o levantamento da CNT, destaca-se trecho da PR-158 em Coronel Vivida; a BR-369 na região de Mandaguari; um trecho da BR-163 em Santo Antônio do Sudoeste, na divisa com Santa Catarina; e percurso da R-408 em Piraquara. “Se formos analisar bem de perto, todas as rodovias do Paraná estão em condições muito ruins. Quando tem pavimentação, não tem sinalização; quando tem sinalização e pavimento razoável, falta fiscalização (este fator não foi alvo da pesquisa CNT). As rodovias do estado estão em condições deficitárias e quem paga a conta é quem trafega por elas”, afirma o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), Sérgio Malucelli.

Na análise dele, as condições das estradas vêm piorando gradativamente desde o encerramento dos contratos de pedágio, no fim do ano de 2021. “Antes do fim dos contratos já vínhamos alertando governos federal e estadual para o risco de ficarmos sem conservação e o atendimento adequados. Estamos vivendo isso agora, com tendência de piorar, e não foi por falta de aviso”, ponderou.

Um levantamento feito pela Fetranspar revela que, desde o fim das concessões do Anel de Integração, o segmento amarga prejuízos de R$ 450 milhões acarretados por danos aos veículos, demora ao socorro em problemas mecânicos e a acidentes, além de condições que interrompem a trafegabilidade, como colisões e incidentes frequentes nas principais vias de escoamento da produção, BR-277 e BR-376, rumo ao Porto de Paranaguá.

“O estado tem oferecido atendimento aos usuários, guinchos, ambulâncias, mas a demora é muito grande. Isso sem contar que as condições das rodovias têm feito aumentar o número de acidentes com mortes: estamos nas estradas e observamos isso. Também fizemos um levantamento que aponta uma elevação de 30% nestas colisões com feridos graves ou fatais”, disse Malucelli.

A conservação das rodovias está sob responsabilidade do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-PR) nas rodovias estaduais e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) nas rodovias federais, até o início do contrato de concessão nos trechos que vão integrar o novo pedágio do Paraná.

Fonte e Foto: Gazeta do Povo/Juliet Manfrin

 

 

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