CONET&Intersindical: Bento Gonçalves

22 de agosto, 2025

Nesta sexta-feira (22), aconteceu a Intersindical, que discutiu o desenvolvimento das atividades do setor e o fortalecimento da representatividade em diferentes frentes institucionais. O presidente do Sistema FETRANSPAR, Coronel Sérgio Malucelli está presente. Cofira comunicado de defasagem.

A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) nesta semana, dias 21 e 22, realiza a  segunda edição 2025 do CONET&Intersindical, no Dall’Onder Grande Hotel, em Bento Gonçalves (RS). O encontro reúne empresários, entidades e lideranças políticas para debater os principais temas do Transporte Rodoviário de Cargas (TRC). O evento tem, como entidade anfitriã, a Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul (FETRANSUL), com o apoio de seus sindicatos filiados.

 

Reconhecido por promover debates de alto nível, o CONET&Intersindical é tradicionalmente dividido em duas etapas. Na quinta-feira (22), ocorreu o CONET, voltado à apresentação de pesquisas de mercado pelo Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Técnicas e Econômicas (DECOPE) da NTC&Logística, com análises que orientam os custos e práticas relacionadas ao frete. Já nesta sexta-feira (22), acontece a Intersindical, que discute o desenvolvimento das atividades do setor e o fortalecimento da representatividade em diferentes frentes institucionais.

A escolha de Bento Gonçalves como sede deste ano reforça o papel estratégico da cidade e da região para o setor logístico nacional. Com um Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente R$ 7,5 bilhões e um PIB per capita de R$ 60,9 mil, acima da média estadual, o município é referência na indústria moveleira, responsável por mais de 36% das exportações locais, além de se destacar como “capital brasileira do vinho” e destino enoturístico de grande relevância. Em 2025, Bento registrou mais de 50 mil empregos formais, consolidando-se entre os municípios gaúchos que mais geraram oportunidades no período.

Mas o destaque não se limita ao município. O Rio Grande do Sul, palco representado pelo evento, é uma das economias mais robustas do país, com PIB superior a R$ 650 bilhões e ampla diversidade produtiva. O estado se destaca nos setores de agricultura, pecuária, indústria moveleira, vinícola, calçadista e metalúrgica, além de possuir posição estratégica no Mercosul, integrando importantes corredores logísticos que conectam o Brasil à Argentina, ao Uruguai e ao restante do continente. Mesmo após as enchentes históricas de 2024, o estado reafirma sua resiliência, com mais de R$ 7 bilhões investidos na reconstrução, demonstrando capacidade de superação e reafirmando sua relevância nacional.

 

COMUNICADO CONET DE AGOSTO DE 2025


Pesquisa NTC&Logística Adverte:


ESTABILIDADE DE CUSTOS NÃO RESOLVE DEFASAGEM DO FRETE


Apesar de um início de ano com custos estáveis e um mercado relativamente aquecido, o setor de Transporte Rodoviário de Cargas (TRC) não conseguiu reverter a defasagem acumulada no valor do frete nos últimos anos.

Uma recente sondagem do DECOPE/NTC aponta uma defasagem média de 10,3% no TRC. Essa defasagem é de 8,6% para o transporte de carga fracionada, onde cargas de múltiplos clientes são compartilhadas no mesmo veículo, e de 11,1% para carga lotação, na qual a carga de um único embarcador ocupa toda a capacidade do veículo. A persistência dessa diferença entre o frete recebido e os custos apurados pela NTC&LOGÍSTICA demonstra a dificuldade em recuperar as perdas acumuladas ao longo do tempo.

A complexidade da cobrança do frete, com seus diversos componentes tarifários e taxas complementares, imposta pela dificuldade operacional, também é prejudicial. Muitos contratantes ainda não remuneram adequadamente o transportador pelos serviços prestados, pelas situações anormais e pelos serviços adicionais específicos. Tais situações acarretam custos adicionais que deveriam ser cobertos por componentes tarifários básicos, como Frete-Valor, GRIS (Gerenciamento de Risco), TSO (Taxa de Seguro Obrigatório) e outras generalidades, que são de vital importância para a saúde financeira da empresa. Um exemplo notável são os novos custos impostos pela Lei 14.599/23 aos transportadores de carga, tornando obrigatória a contratação de duas novas apólices de seguro, com apenas 10% tendo conseguido o ressarcimento neste caso específico.

Perspectivas para o Segundo Semestre: um cenário desafiador

O ano começou com forte pressão sobre os custos, devido ao início do processo de transição da reoneração da folha de salários, uma taxa de juros (Selic) em patamar muito elevado de 15,0%, o aumento da adição do Biodiesel ao Diesel elevando o custo de manutenção dos veículos e o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), entre outros fatores.

Por fim, a elevada taxa de juros no país obriga o transportador a manter atenção na concessão de prazos, que representam um custo financeiro elevado. Este custo deve ser repassado aos contratantes, considerando a negociação da forma de pagamento em cada caso.

Importante ressaltar que as planilhas referenciais de custos do DECOPE/NTC não incluem o custo financeiro.

 

Bento Gonçalves, 21 de agosto de 2025

Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística
NTC&LOGÍSTICA

 

Fonte: NTC&Logística Fotos: Divulgação